segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Fórum nacional debate inovação tecnológica em saúde

O IX Fórum Nacional de Inovação Tecnológica em Saúde no Brasil movimentou, dia 23, o auditório do Interlegis (Senado Federal), com a presença de autoridades e profissionais da área, setor privado, instituições nacionais e internacionais, setor acadêmico e terceiro setor

Com objetivo de debater os caminhos para a implantação de políticas públicas necessárias ao desenvolvimento científico e tecnológico em saúde, o Instituto Brasileiro de Ação Responsável realizou, nesta quinta-feira, 23 de novembro, em parceria com o Senado Federal, a 9ª edição do Fórum Nacional de Inovação Tecnológica em Saúde no Brasil, no auditório do Interlegis, em Brasília. O fórum apostou num amplo debate entre diversos setores da sociedade, a fim de pontuar os avanços e desafios da área, visando um avanço social. As ampliações de infraestruturas de pesquisa, bem como iniciativas para o crescimento da cadeia produtiva do setor, por meio da união de esforços, foram foco do debate.

Segundo Artur Felipe Siqueira de Brito, diretor do Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde do Ministério da Saúde (DGITS/SCTIE/MS) - em representação ao Ministro Ricardo Barros no evento -, existe atualmente um aparato grande que poderia garantir a qualidade da saúde da população. “Temos hoje uma política nacional instituída para que todo o desenvolvimento em saúde seja sustentável. Vale ressaltar que um dos fomentos do Ministério é a avaliação de tecnologia em saúde. Que possamos estar envolvidos pensando no que podemos fazer de melhor”, concluiu.

A presidente do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), Cecília Leite Oliveira, defendeu a relevância do desenvolvimento informacional nos processos de inovação e no uso correto das novas tecnologias. “O sucesso das novas tecnologias depende das informações para seu bom uso”, disse. Pontuou, ainda, a missão do Instituto na promoção da infraestrutura da informação. “Fico feliz que esta questão está sendo vista com maturidade nesse evento, que é de extrema importância”, argumentou.

Para o deputado federal Izalci Lucas (PSDB-DF), presidente da Frente Parlamentar de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação, o Brasil precisa de uma maior difusão do marco regulatório, que introduziu a inovação na Constituição. “Infelizmente essa lei ainda não pegou - pois há leis que pegam e, outras, que não pegam. A lei da inovação precisa ser mais difundida, questionada e utilizada”, argumentou, lembrando que a lei possibilita, também, uma maior interação com as universidades. “Temos que explorar mais isso”, finalizou.

“É momento de pensar o desenvolvimento da saúde para otimização dos recursos à disposição”, afirmou Cleila Guimarães Bosio, especialista em Projetos de Nanotecnologia, Fármacos e Medicamentos da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (IBDI). Ela destacou o projeto de modernização de atenção à saúde, em parceria com o Ministério da Saúde. “Com esse projeto vamos poder observar o ganho de efetividade do sistema de saúde, por meio de um plano de automatização dos processos, visando inúmeras melhorias, como a redução do tempo de atendimento, a ‘desospitalização’ e a informatização dos procedimentos de internações”, contou. De acordo com a especialista, o projeto piloto visa testar uma série de tecnologias, impactando inclusive nos custos. “A informatização vai contribuir para que se tenha o mínimo de imprevisibilidade nos atendimentos em saúde”, destacou.

“Transformar uma pesquisa em inovação não é tarefa fácil”, falou o diretor do Departamento de Políticas e Programas de Apoio à Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Prof. Jorge Campagnolo, representando o Ministro Gilberto Kassab no fórum. De acordo com ele, o processo de inovação tecnológica passa pelo conhecimento da ciência e tecnologia, pela inovação, pelo mercado e pela implementação. “Precisamos de um ambiente de leis favorável para que a inovação de fato ocorra. Precisamos de mais pessoas convertidas à ciência e tecnologia no meio da sociedade. A partir desse momento, todos poderão ver o que a ciência e a tecnologia podem fazer”, enfatizou.

O IX Fórum Nacional de Inovação Tecnológica em Saúde seguiu sua programação com a formação de uma mesa técnica, que contou com representantes de vários segmentos no tema: Artur Felipe Siqueira de Brito e o Prof. Jorge Mário Campagnolo, que participaram da mesa de abertura, seguidos da especialista do Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde (DECIT/SCTIE/MS), Patrícia de Campos Couto; da diretora de Normas e Habilitação dos Produtos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Karla Santa Cruz Coelho; da coordenadora da Coordenação de Pesquisa Clínica em Medicamentos e Produtos Biológicos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Flávia Regina Souza Sobral; e do médico e especialidade em Clínica Médica da HemoCue Brasil, Fabrício Carnevale. O debate foi moderado pelo presidente da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), Carlos Gouvêa.

A cobertura completa do evento, contendo fala de todos os participantes, bem como fotos e slides das palestras,  encontra-se disponíveis para acesso em www.acaoresponsavel.org.br.

Agronegócios: o tema movimentou o Senado nesta quinta

Com objetivo de estimular e fortalecer a discussão sobre a formação de políticas públicas que envolvam ética, inovação e eficiência, em favor de um agronegócio mais competitivo e sustentável, o Instituto Brasileiro de Ação Responsável realizou, nesta quinta, 7 de dezembro, o V Fórum Nacional de Agronegócios no Brasil: Desafios e Oportunidades - Ética, Inovação e Eficiência. O evento movimentou o auditório do Interlegis entre 9 e 14h.

“A responsabilidade de alimentar o mundo vai ser do Brasil”, ressaltou o senador Waldemir Moka (PMDB/MS). Ao dar início à mesa de abertura no evento, o parlamentar, que é presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo, defendeu, ainda, que o agronegócio é o responsável pelo superávit do Brasil. “Somos os únicos com clima e terra favoráveis. Só de carne exportamos U$ 7 Bilhões, e não conseguimos R$ 500 mil em programa de vigilância sanitária. Temos que investir na inovação. É necessidade”.

Na oportunidade, Antônio Helder Medeiros Rebouças, diretor-executivo do Instituto Legislativo Brasileiro do Senado Federal, chamou atenção para o olhar da legislação. “Hoje temos projetos importantes tramitando de forma acelerada no Congresso Nacional. Matérias que devem estar no radar dos tomadores de decisão”, destacou. Segundo ele, há um arcabouço legislativo de matérias que vão afetar diretamente e significativamente o agronegócio brasileiro e o agricultor precisa estar atento.

Segundo Luís Eduardo Pacifici Rangel, secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, há mitos sobre os impactos do agronegócio que, de tanto serem repetidos, se tornaram verdades absolutas. “Esses conceitos errôneos acabam por satanizar o setor”, pontuou, acerca de questões que tratam do desmatamento e da contaminação por agrotóxicos. “No território nacional, 61% do Brasil é preservado - o restante ainda está intacto. Apenas 9% do território é dedicado à agricultura e 21% à pecuária”, lembrou o secretário.

O senador Wellington Fagundes (PR/MT), membro titular da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária, também participou da mesa de abertura do fórum. “A produtividade deve ter um selo não só ambiental, mas também social", defendeu o parlamentar, que também citou a questão dos acidentes nas rodovias brasileiras - outro ponto que impactaria consideravelmente no agronegócio já que a distribuição de cargas acaba sofrendo retardamento.

Para o deputado federal Nilson Leitão (PSDB/MT), presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), há um preconceito com o agricultor e com o meio rural. “Esse é o setor que mais gera emprego no Brasil. É o grande responsável pelo PIB brasileiro. Precisa melhorar em muita coisa, mas principalmente na comunicação, se não vai continuar sofrendo muito preconceito”, argumentou.

A mesa de abertura do fórum também contou com a presença do senador Cidinho Santos (PR/MT), membro titular da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária.

A programação do V Fórum Nacional de Agronegócios no Brasil seguiu com um ciclo de palestras, moderado pelo professor Dr. Antônio Gomes de Castro, da Universidade de Brasília (FAV/UnB): o chefe da Secretaria de Inteligência e Macroestratégia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Elísio Contini; o presidente da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados Luiz Roberto Barcelos; o diretor de Digital Farming da Bayer CropScience, André Salvador; e o consultor da Global Gap, Marco Giotto.

A cobertura completa do evento, com fotos e slides apresentados pelos conferencistas no evento estão disponíveis no site www.acaoresponsavel.org.br.

quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Brasília sedia Fórum Nacional de Agronegócios

Moderno, eficiente e competitivo, o agronegócio brasileiro é uma atividade próspera. Com clima diversificado, chuvas regulares, energia solar abundante e quase 13% de toda a água doce disponível no planeta, o Brasil tem 388 milhões de hectares de terras agricultáveis férteis e de alta produtividade, dos quais ainda muito a serem manejadas - fatores que fazem do País um lugar de vocação natural para a agropecuária e todos os negócios relacionados a suas cadeias produtivas. Com a finalidade de dar sequência ao importante debate no tema, o Programa Ação Responsável promove, em Brasília, no dia 7 de dezembro, o V Fórum Nacional de Agronegócios no Brasil: Desafios e Oportunidades - Ética, Inovação e Eficiência. O evento será realizado, das 9 às 14h, no Senado Federal. As inscrições são gratuitas em www.acaoresponsavel.org.br.

A agricultura brasileira já demonstrou que tem potencial produtivo para abastecer o mundo de alimentos e precisa demonstrar que pode fazê-lo com inovação, ética, eficiência e segurança. Segundo previsão da Organização das Nações Unidas para Alimentação e a Agricultura (FAO), em 2050, o Brasil será o maior fornecedor de alimentos do mundo, respondendo por 40% do crescimento na produção de alimentos. Nesse contexto, servir de referência internacional em qualidade de produtos agropecuários é o grande desafio do Brasil na busca por mercados.

Com objetivo de estimular e fortalecer a discussão sobre a formação de políticas públicas que envolvam ética, inovação e eficiência, em favor de um agronegócio mais competitivo e sustentável, o V Fórum Nacional de Agronegócios abre um importante espaço para a discussão de temas, como desafios e oportunidades; inovação e eficiência; e sustentabilidade econômica, social e ambiental; além da apresentação de cases positivos. O evento reúne formadores de opinião e tomadores de decisão no Setor, bem como representantes do governo, setor privado, profissionais, instituições nacionais e internacionais, setor acadêmico e terceiro setor.

Serviço: V Fórum Nacional de Agronegócios no Brasil: Desafios e Oportunidades - Ética, Inovação e Eficiência
Data: 7 de dezembro de 2017, das 9h às 14h
Local: Auditório do Interlegis – Senado Federal-DF
Inscrições gratuitas: www.acaoresponsavel.org.br
Informações: (61) 3368-6044, 3468-5696 e seminarios@acaoresponsavel.org.br


segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Senado Federal recebe debate nacional sobre Diabetes

O Programa Ação Responsável realizou, no dia 21 de setembro, o IX Fórum Nacional de Medicamentos. O Diabetes foi tema central do evento, que colocou em pauta o papel de todos os setores envolvidos nos avanços da prevenção, tratamento e controle da doença no país.

Os avanços no tratamento do diabetes, as dificuldades do paciente e de sua família, bem como as experiências educacionais para adesão aos tratamentos, foram foco de discussão no o IX Fórum Nacional de Medicamentos no Brasil – Diabetes, nesta quinta-feira, 21 de setembro, em Brasília. As insulinas análogas de ação rápida para Diabetes Mellitus Tipo 1, incorporadas ao SUS pela CONITEC e com previsão de disponibilização em janeiro de 2018, foram um dos assuntos de destaque. A novidade, já aprovada e publicada em Diário Oficial, significa uma melhoria na qualidade de vida da população que sofre com a doença no país. O evento lotou o auditório do Interlegis, no Senado Federal, das 9 às 13h.

Presente na mesa de abertura do evento, a deputada federal Carmen Zanotto (PPS/SC) aproveitou sua participação na mesa de abertura do evento para anunciar e comemorar a instalação, ontem, da Frente Parlamentar de Combate ao Diabetes, presidida por ela. “Cabe a nós, a cada gestor, e a nós do parlamento, construir e consolidar cada vez mais esse sistema público de saúde. Cada um de nós, precisamos ser construtores, ajudando na implementação desta política pública”, disse, com relação às insulinas análogas no SUS. “Nosso SUS tem fragilidades, tem dificuldades, mas também há avanços. Parabéns a todos que lutaram por essa insulina e obrigada a toda equipe da CONITEC. Quem ganha com isso são os pacientes e seus familiares”, finalizou.

O deputado federal Leonardo Quintão (PMDB/MG) parabenizou a criação da frente parlamentar  na qual ele também participa ativamente e falou da dificuldade de informação e do diagnóstico do Diabetes. “Há uma decisão quando se tem a informação. Mas, boa parte da população brasileira não sabe que tem diabetes”, atentou. Segundo ele, o agente público tem a obrigação e a oportunidade de trabalhar com a política pública, como sendo a melhor maneira de salvar vidas. “O diabetes tira a qualidade de vida da pessoa anos e anos antes dela ser hospitalizada, gera um sofrimento ao paciente e a todos da sua família”, disse, destacando, que fazer chegar a informação ao paciente é uma das principais missões dos agentes envolvidos, canalizando recursos para oferecer os melhores tratamentos.

“Estamos otimizando o fluxo de compra das insulinas, tão importante para a vida dos diabéticos, na forma como solicitada pelos estados e o Distrito Federal, contribuindo para que os profissionais possam exercer suas atividades. Nossa principal meta é dar acesso a esses pacientes”, garantiu o coordenador geral de Assistência Farmacêutica Básica da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Antônio Raimundo Leal Barbosa. Ele elogiou, ainda, a oportunidade oferecida pelo evento de debater o tema transversalmente.

Cinthia Vieira, da Sociedade Brasileira de Nefrologia, se disse honrada em participar desta edição do Fórum. “Essa é uma iniciativa que só vem contribuir e beneficiar os milhões de pacientes que se encontram nessa situação, com diabetes. Sabe-se que o diabetes é um grande desafio para a saúde pública. Sabe-se que um a cada dez brasileiros apresenta um tipo de deficiência renal no Brasil e a relação entre distúrbios renais e o diabetes está fortemente associada”, pontuou. Para ela, não há nada mais lógico do que estas duas sociedades se unirem para trabalhar em conjunto.

Hermelinda Pedrosa, assessora para Assuntos Governamentais da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), parabenizou a iniciativa do Programa em debater mais uma vez o problema do diabetes no Brasil. “O papel da SBD é fomentar e espalhar o conhecimento, destacando e repassando essas informações aos gestores de saúde. Procuramos nos integrar com as associações de diabetes, estaduais e municipais, para que essa integração resulte na ampliação da disponibilidade de melhores terapêuticas, para que se atinja assim maior qualidade de vida aos diabéticos”, afirmou. De acordo com ela, além do tratamento é importante focar principalmente na prevenção e com dados mais precisos. “Quando se tem uma radiografia melhor do problema, pode-se então, de fato atingir um maior número de pessoas”.

Hermelinda moderou ainda a mesa técnica do Fórum, composta por: Karla Melo, endocrinologista e médica colaboradora da equipe de Diabetes do Hospital das Clínicas da FMUSP; Balduino Tschiedel, diretor presidente do Instituto da Criança com Diabetes de Porto Alegre; e Vanessa Pirolo, conselheira da ADJ Diabetes Brasil. Para acessar a cobertura completa com fotos, vídeos e palestras apresentadas CLIQUE AQUI.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Diabetes: 17 milhões de brasileiros sofrem com a doença

O Diabetes continua sendo uma das principais causas de morte no mundo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) conta que cerca de 250 milhões de pessoas no planeta possuem a doença. No Brasil, segundo dados levantados pelo Ministério da Saúde, cerca de 17 milhões de brasileiros sofrem com esse mal - 8,9% da população. O impacto é maior entre as mulheres: 10 milhões de brasileiras (9,9% da população feminina). Já, entre os homens, esse número é menor, mas ainda preocupante. São 7 milhões de brasileiros com diabetes (7,8% dos cidadãos). Neste contexto, o Senado Federal recebe, no dia 21 de setembro, o IX Fórum Nacional de Medicamentos no Brasil - Diabetes. As inscrições são gratuitas e estão abertas no site www.acaoresponsavel.org.br.

Nesta edição do fórum, o Diabetes vem como tema central do debate, colocando em pauta o papel de diversos setores nos avanços do tratamento, prevenção e controle da doença. Entre os temas a serem debatidos no evento, estão: o Papel do Estado na prevenção, tratamento e controle do diabetes; Os avanços no tratamento do diabetes; Vivendo o diabetes: dificuldades do médico, do paciente e de sua família; e Experiências Educacionais para Adesão ao Tratamento. O fórum contará com a presença de parlamentares, autoridades e profissionais da Saúde, terceiro setor, indústria e população interessada.

Serviço: IX Fórum Nacional de Medicamentos no Brasil - Diabetes
Data: 21 de setembro, quinta-feira, das 9 às 14h
Local: Senado Federal, no auditório Senador Antonio Carlos Magalhães, Interlegis
Mais informações: Pelos telefones (61): 3368-6044 e 3468-5696
Inscrições: www.acaoresponsavel.org.br (ADESÃO GRATUITA)
Realização: Instituto Brasileiro de Ação Responsável
Patrocínio: MSD, Lilly e Sanofi

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Senado recebe debate sobre produtos para saúde

A fim de ampliar a discussão sobre os benefícios da inovação, na prática, no setor de saúde, no que se refere ao acesso e qualidade de atendimento, o auditório do Interlegis recebeu, no dia 24/8, o IV Fórum Nacional de Produtos para Saúde - Inovação na Prática.

Realizado pelo Instituto Brasileiro de Ação Responsável, em parceria com a Associação Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), o IV Fórum Nacional de Produtos para Saúde - Inovação na Prática promoveu, na última quinta-feira, 24 de agosto, no Senado Federal, um amplo debate sobre o setor de dispositivos médicos. Utilizados nos mais diferentes tipos de procedimentos - diagnóstico, tratamento, reabilitação e monitoramento de pacientes -, os produtos para saúde estão ligados diretamente ao cotidiano da população e, atualmente, representam 3,7% do total de gastos com saúde, com uma participação de 0,6% no PIB, mais de 13 mil empresas e cerca de 140 mil empregos.

“Tecnologia e Inovação são o único caminho para reduzir custos na prestação de serviços na área da saúde. Acredito que com novas tecnologias será possível dar um melhor atendimento em saúde para as pessoas”, destacou Marcos Vinícius de Souza, secretário de Inovação e Novos Negócios do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), que discorreu sobre os inúmeros fatores envolvidos no processo de inovação. “Com relação ao Brasil, há um grande potencial para a inovação que pode alavancar a indústria brasileira, melhorando, inclusive, os serviços públicos, permitindo redução de custos, melhorias de dados e de eficiências”, concluiu.

“O setor de produtos para saúde é extremamente estratégico para o Sistema Único de Saúde (SUS), pois gera emprego, gera renda, e melhora o acesso à saúde para a população”, ressaltou Flávia Rizzini de Andrade, coordenadora geral de Equipamentos e Materiais de Uso em Saúde, do Departamento do Complexo Industrial e Inovação em Saúde, do Ministério da Saúde /DCIIS/SCTIE/MS. Para ela, é preciso atentar para a importância das parcerias público-privadas para melhoraria do setor e seu complexo industrial, com os apoios necessários à pesquisa.

“O sistema existe e tem recursos escassos. Precisamos de eficiência, produtividade, num custo menor, preferencialmente sem desperdícios e com parcerias público-privadas. Temos que buscar saber em quais pontos os nossos pesquisadores podem fazer diferença nas cadeias globais, nas quais o setor de produtos para saúde está inserido”, salientou o presidente da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), Carlos Eduardo Gouvêa.

O evento se seguiu com a participação de conferencistas convidados, representantes de diferentes órgãos relacionados ao tema,. As apresentações foram divididas em três painéis temáticos: “Qual o valor da inovação?”, “Custos X Inovação” e “Fatores que influenciam a Inovação no Brasil”. 

Veja a cobertura completa dos painéis temáticos e mais fotos na Página do Evento.


segunda-feira, 29 de maio de 2017

Senado recebe II Fórum Nacional sobre Câncer




O evento lotou o auditório do Interlegis, nesta quinta-feira, 25 de maio, promovendo um amplo debate acerca da assistência oncológica desde o acesso, qualidade das tecnologias ofertadas, os avanços no tratamento e os direitos dos pacientes em âmbito nacional

Com objetivo de promover o fomento de informações sobre o câncer, suas causas e formas de prevenção e um debate mais aprofundado acerca dos avanços necessários para o acesso da população ao diagnóstico precoce e a tratamentos adequados, o Programa Ação Responsável realizou, nesta quinta-feira, 25 de maio, o II Fórum Nacional sobre Câncer. O evento teve como tema central os “Avanços no tratamento, tecnologia e suporte ao paciente” e reuniu gestores públicos, instituições acadêmicas, iniciativa privada, terceiro setor e sociedade civil.

Clementina Moreira Alves, presidente do Instituto Brasileiro de Ação Responsável, saudou os presentes e falou sobre a importância do tema câncer na agenda de atividades do Instituto. “Começamos a trabalhar o câncer dentro das comissões e percebemos que seria necessário dar mais ênfase ao tema, por isso, hoje, ele passa a ser permanente no Programa. Eu agradeço a todos que estão aqui, porque só juntos criaremos subsídios de políticas públicas ao assunto”, pontuou.

“A pior de todas as dores não é a que atinge uma única pessoa, mas sim a que atinge centenas e milhares de brasileiros”, disse o Senador Eduardo Amorim (PSDB/SE), presente na mesa de abertura do Fórum, onde falou sobre o diagnóstico precoce como premissa no tratamento do câncer. Na ocasião, informou sobre a chegada, em breve, de uma unidade do Hospital de Câncer de Barretos em seu estado, além da Carreta da Mulher, que irá realizar a prevenção do câncer de colo uterino e de mama. Para ele, não falta dinheiro, mas prioridade de quem administra. “O sucesso do tratamento está relacionado à precocidade do diagnóstico e à efetividade do tratamento”, ponderou.

“A medicina é que me concedeu esse presente de estar aqui, hoje, lutando pelos direitos da saúde”, ressaltou o deputado federal Hiran Gonçalves (PP/RR), ao abrir sua fala no evento. Segundo o parlamentar, que ocupa também a presidência da Comissão de Seguridade Social e Família, não há em seu estado um local especializado para o tratamento de câncer e isso prejudica, principalmente, as mulheres. “Na Comissão, estamos sempre lutando para melhorar o acesso, o tratamento, as inovações e avanços tecnológicos, para garantir mais acesso, mais financiamento a medicamentos, para melhorarmos o tratamento dessa terrível doença”, contou. Na oportunidade, parabenizou Henrique Prata, também presente na abertura, pelo trabalho realizado à frente do Hospital de Câncer de Barretos. “Quando entrei lá senti orgulho de ser médico”, disse.

O deputado federal Sinval Malheiros (PODE/SP) representou no evento a Frente Parlamentar Mista de Combate ao Câncer. Na ocasião, agradeceu a oportunidade de debater o tema e destacou que esse tipo de ação serve, sobretudo, para dar dignidade ao paciente com câncer. “O paciente oncológico é um paciente sofrível”, ressaltou em referência ao estado terminal da doença. Chamou atenção, ainda, para as pesquisas clínicas, tão valorizadas nos Estados Unidos, e onde, segundo ele, há espaço para atuação dos brasileiros. “Muitos têm vontade de voltar, mas aqui a pesquisa se inviabilizaria. Quiçá um dia o Brasil possa valorizar a pesquisa, pois é aí que se deve investir o dinheiro”, argumentou. 

A deputada federal Carmen Zanotto (PPS/SC), coordenadora da Frente Parlamentar de Prevenção, Diagnóstico e Tratamento do Câncer, disse que o principal desafio nessa área é garantir o cumprimento da Lei 7.732 - Lei dos 60 dias. “A intenção inicial era de 30 dias para o tratamento do câncer, mas nós sabemos que a rede instalada de serviços, a falta de equipamentos de radioterapia, não permitiria sermos tão exigentes. Com a Lei dos 60 dias buscou-se, então, um meio termo para garantir à população o diagnóstico e o acesso aos serviços de saúde”. A parlamentar destacou, ainda, que a lei prevê também a revisão dos protocolos clínicos, para inclusão de novas tecnologias e novos procedimentos na área do câncer.

De acordo com coordenador Geral de Sangue e Hemoderivados da Secretaria de Atenção à Saúde/SAS/MS, Flávio Vormittag, que representou o Ministério da Saúde no Fórum, quanto mais cedo o diagnóstico, melhor o prognóstico, o tratamento, o acompanhamento e o pós-tratamento. “É preciso investir mais na divulgação da prevenção, como ações de qualidade de vida e contra o tabagismo”, lembrou, sobre os cânceres que decorrem de maus hábitos de vida. “O desenvolvimento de novos fármacos são frutos de investimentos pesados, mas traz também um outro lado: muitas vezes esses medicamentos são de alto custo e isso leva à judicialização”, lembrou.

Henrique Duarte Prata, presidente do Hospital de Câncer de Barretos, abriu sua fala no Fórum, recordando da frase que chamou sua atenção em simpósio que participou recentemente nos Estados Unidos, em que dizia: em 2050, a cada dois pacientes, um morrerá com câncer. Ao criticar a atuação do governo nos últimos 30 anos frente ao problema do câncer no Brasil, destacou projeto do Hospital realizado junto a 20 municípios da região de Barretos, que resultou em significativa diminuição de casos de câncer avançado de mama. “No início havia 70% de casos avançados chegando ao Hospital. De cinco anos para cá, não há um caso de câncer avançado nessa área. Lembrando que o câncer avançado custa para nós, em dois anos e meio, R$ 145 Milhões, enquanto o câncer inicial custa R$ 10,2 Mil”, comparou.

“Essas informações só agregam força social para buscar o que é de direto da população”, disse Zaíra Maria Tronco Salerno, conselheira do Conselho Nacional de Saúde. Segundo ela, o Conselho está em uma atividade intensa buscando o financiamento. “A saúde teve cortes, gastos, e a políticas de saúde precisam ser fortemente implantadas para que a população tenha o que é devido. Por isso, estamos realizando conferências estaduais e, no segundo semestre, nacionais, em que o câncer é um dos temas tratados em todas as conferências”, garantiu. Falou ainda da importância de mais informações aos pacientes. “Quando um paciente em tratamento de câncer tem que sair da sua residência, aonde ele vai ficar? A população precisa ter esse conhecimento e isso precisa ser debatido”, defendeu.

Mesa técnica
O coordenador-geral do Departamento de Atenção Especializada e Temática da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS/MS), Sandro José Martins, apresentou um panorama do câncer no Brasil e o funcionamento da rede de cuidados. “O câncer é e será por muitos anos um fator preponderante na preocupação de todos os gestores públicos em saúde, porque confere caraterísticas de disseminação, além de afetar em maior número as pessoas no envelhecimento”, disse. Segundo Sandro, há um crescente entendimento na medicina de que o câncer é uma doença particular em cada caso que ocorre, assim como cada paciente, o que faz com que o resultado do tratamento seja cada vez mais individualizado. “A mortalidade por câncer tem reduzido. Hoje, pelo menos,50% dos casos de câncer são passíveis de sobrevida e cura. No entanto, grande parte dos tratamentos falham em demostrar vantagens significativas para os pacientes”, contou. Além disso, de acordo com ele, poucos tipos de câncer são passíveis de diagnóstico precoce e, a prevenção, que seria o mais desejável, esbarra nas questões de hábitos culturais nocivos à saúde.

O presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Gustavo Fernandes, falou sobre os avanços no tratamento do câncer e dividiu sua apresentação em três tópicos: prevenção, diagnóstico e tratamento. No que tange ao diagnóstico, chamou atenção para um ponto negativo, mas também de oportunidade de melhoria. “O diagnóstico é a base do terreno dos tratamentos. Como na construção, essa base tem de ser sólida e firme para tratar o paciente da forma adequada. O que não acontece no Brasil, especificamente no acesso ao público”, destacou. Em relação aos tratamentos, falou sobre as imunoterapias no SUS e as terapias-alvo que ainda são muito reduzidas, segundo ele. “O custo é sempre um problema, mas temos que arrumar dinheiro pra pagar o custo, que às vezes é alto. Se não temos acesso às coisas básicas, as avançadas acabam ficando de lado”, lamentou.

Da Agência Nacional de Vigilância Sanitária,  Maria Fernanda Thees, especialista em Regulação e Vigilância Sanitária, apresentou os aspectos regulatórios para o registro de medicamentos e produtos biológicos. De acordo com ela, a ANVISA atua com a priorização de análises, dando maior celeridade para medicamentos que são considerados de alto impacto para a população. “Com a vigência da Lei 13.411/2016, a agência estipulou novos prazos de análise e com isso a RDC que tratava da priorização foi revogada. A Casa está elaborando duas novas normas, além de uma RCD específica para o registro de medicamentos para doenças raras”, contou. Apresentou ainda o quantitativo de medicamentos aprovados e em avaliação na agência no biênio 2016-2017. “No período, a ANVISA avaliou e registrou 28 medicamentos sintéticos novos, sendo 10 oncológicos. Dos produtos biológicos, foram 35 medicamentos, sendo quatro oncológicos. E com relação à aprovação de pesquisas clínicas, foram avaliados mais de 100, sendo que nove seriam para imunobiológicos”. Segundo a especialista, a ANVISA pretende analisar só neste ano seis novos medicamentos da área oncológica. “Muito em breve mais medicamentos serão disponibilizados para a população”. 

Do Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva (INCA), a chefe da Divisão de Ensaios Clínicos e Desenvolvimento de Fármacos, Andréia Melo, trouxe ao fórum uma discussão sobre os tumores raros. Lamentou que as diretrizes de doenças raras não contemplem os tumores raros. “Claro que num diagnóstico de câncer vários sentimentos afloram para o paciente e para a família, o que acontece com os tumores mais frequentes e também com os tumores raros”. Andréia lembrou que o caminho que o paciente com câncer do diagnóstico ao tratamento é muito complexo no Brasil. “Quem está na rede pública e vê os casos mais avançados pergunta: por que não procurou antes? E a resposta de muitos desses pacientes é o mesmo: nós procuramos. Ou seja, o paciente acaba sempre chegando ao tratamento já com um câncer avançado”.

Yêda Maia de Albuquerque, presidente da Fundação Hemope, discorreu sobre a oncohematologia. A atuação da Fundação acontece em Pernambuco, onde atende a demanda de hemocomponentes e no diagnóstico e tratamento das doenças do sangue, na rede pública estadual de saúde. Segundo ela, um total de 2.494 pessoas com doença hematológica vieram a óbito entre 2012 e 2014, sendo que 36% dos casos eram benignos e, 64%, malignos/ou câncer no sangue ou oncohematologia. Na oportunidade, destacou a leucemia pro-mielocitica aguda, a cura por meio de droga-alvo e o problema do acesso. “Em 87, essa leucemia era considerara a mais fatal. Mas o advento do medicamento ácido transretinóico (ATRA), também em 87 - que vem sendo utilizado no Brasil há uns 15 anos e, com certeza, dentro de um estudo controlado de casos, desde 2006 - transformou essa que era a mais fatal, na mais curável. O preço unitário do comprimido custou ao Hemope na última compra R$ 11,03 mas tivemos muitas dificuldades para comprar. O que está faltando para garantir a medicação no SUS?”, questionou.

Pedro Rafael Martins De Marchi, pesquisador do Departamento de Oncologia Clínica do Hospital de Câncer de Barretos, falou sobre a medicina personalizada e os tratamentos para aumento da sobrevida do paciente com câncer.  Segundo ele, ao mesmo tempo em que a incidência de câncer está aumentando, segundo estimativas, a mortalidade por câncer vem reduzindo. “Isso é reflexo certamente de um diagnóstico mais precoce e de terapêuticas mais efetivas que chegam a curar uma porção relativa de pacientes”. Por meio de dados apresentados, entre os anos 70 e 2011, houve aumento de 40% na sobrevida, em cinco anos, de pacientes com câncer. “E se conseguirmos fazer um tratamento que controle a doença do paciente pelo resto de sua vida, mesmo que ela não desapareça, isso não deixa de se também uma cura”, argumentou.

As apresentações da mesa técnica do II Fórum Nacional sobre Câncer foram moderados pela presidente do Instituto Lado a Lado Pela Vida, Marlene Oliveira. As fotos e as palestras apresentadas no evento já estão disponíveis emwww.acaoresponsavel.org.br.

Serviço: II Fórum Nacional sobre Câncer: Avanços no tratamento, tecnologia e suporte ao paciente
Data: ocorrido em 25 de maio de 2017, das 9h às 15h
Local: Senado Federal - auditório Senador Antonio Carlos Magalhães no Interlegis, Brasília-DF
Realização e Coordenação: Instituto Brasileiro de Ação Responsável
Instituições Parceiras: Congresso Nacional; Ministério da Saúde; Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD; Agência Íntegra Brasil e Interlegis
Mais informações: (61): 3368-6044, 3468-5696 e seminarios@acaoresponsavel.org.br
As inscrições foram gratuitas

Comunicação | Ação Responsável
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quarta-feira, 17 de maio de 2017

Senado debate avanços no tratamento, tecnologia e suporte ao paciente com câncer



O auditório do Interlegis, no Senado Federal, sedia, no dia 25 de maio, o II Fórum Nacional sobre Câncer. O evento promove o debate acerca da assistência oncológica desde o acesso, qualidade das tecnologias ofertadas, os avanços no tratamento e os direitos dos pacientes

Até 2030 os casos de câncer terão um aumento em torno de 50% - cerca de 22 milhões de novos casos. A estimativa é da Organização Mundial da Saúde (OMS), que aponta a doença como uma das principais causas de morte no mundo, com mais de 32 milhões de casos. No Brasil, o câncer já representa a terceira causa de óbito, onde o INCA estima a ocorrência de 600 mil casos novos da doença, no biênio 2016-2017. Com objetivo de promover a divulgação de informações sobre a doença, suas causas e formas de prevenção e um amplo debate sobre os avanços necessários para o acesso da população ao diagnóstico e tratamento adequados, o Programa Ação Responsável realiza, em parceria com o Governo Federal, o II Fórum Nacional sobre Câncer: Avanços no tratamento, tecnologia e suporte ao paciente. O evento é no próximo dia 25, no auditório do Interlegis, no Senado Federal, a partir das 9h. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas em www.acaoresponsavel.org.br.

A segunda edição do evento reúne gestores públicos, instituições acadêmicas, iniciativa privada, terceiro setor e sociedade civil. Dentre os temas que serão debatidos estão: o câncer no Brasil e as políticas de controle e tratamento; o registro de medicamentos oncológicos; os tumores raros no Brasil; as políticas em saúde; e o suporte ao paciente com câncer no país.

O Câncer no DF
A estimativa do INCA para o Distrito Federal, para o biênio 2016-2017, é que haja 3.940 novos casos de câncer em homens, com um risco estimado de 284,86 casos a cada 100 mil homens, e 4.610 novos casos em mulheres, com um risco estimado de 305,37 casos a cada 100 mil mulheres. Segundo dados mais recentes, de 2014, somente no DF, houve 2.301 mortes em decorrência do câncer.

Serviço: II Fórum Nacional sobre Câncer: Avanços no tratamento, tecnologia e suporte ao paciente
Data: 25 de maio de 2017, a partir das 9h
Local: Senado Federal - auditório Senador Antonio Carlos Magalhães no Interlegis, Brasília-DF
Realização e Coordenação: Instituto Brasileiro de Ação Responsável
Instituições Parceiras: Congresso Nacional; Ministério da Saúde; Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD; Agência Íntegra Brasil e Interlegis
Mais informações: (61): 3368-6044, 3468-5696 e seminarios@acaoresponsavel.org.br
Inscrições gratuitas: www.acaoresponsavel.org.br

quarta-feira, 10 de maio de 2017

Doenças Raras é tema de evento nacional

O problema de saúde pública, que já atinge cerca de 13 milhões de brasileiros, foi foco central de debate, realizado no dia 4 de maio, durante o IX Fórum Nacional de Políticas de Saúde, no Senado Federal

 
O Senado Federal reuniu, nesta quinta-feira, 4 de maio, profissionais da saúde, parlamentares, autoridades do Ministério da Saúde e representantes de outras entidades, públicas e privadas, para debater um problema que atinge cerca de 13 milhões de pessoas no Brasil: as doenças raras. O tema foi amplamente abordado durante o IX Fórum Nacional de Políticas de Saúde no Brasil, realizado pelo Programa Ação Responsável em parceria com o Governo Federal. O evento gratuito contou com participação ativa do público, que lotou o auditório do Interlegis, no Senado Federal, das 9 às 14h.

Clementina Moreira Alves, presidente do Instituto Brasileiro de Ação Responsável, abriu a tribuna do evento ressaltando a importância de repetir o tema, apresentado com sucesso no ano passado - doenças raras. "Acho oportuno repetir a temática, tendo em vista que não é menos necessário garantir acesso, cidadania, inovação, cura, tratamento e qualidade de vida a essas pessoas. É muito mais do que falar de políticas de saúde. É falar de humanidade", disse, ao dar boas-vindas ao público.

Presente na mesa de abertura do Fórum, o deputado federal Diego Garcia (PHS/PR) defendeu que o tema precisa ser mais debatido e elogiou a iniciativa. "A cada ano me sinto mais engajado nas causas das doenças raras. E um evento como esse, que ocorre em uma casa legislativa, provoca reações", garantiu Garcia, que hoje preside a Frente Parlamentar de Doenças Raras.  Ressaltou, ainda, que há muito a ser feito no que tange ao trabalho legislativo. "Mais de 40% das pessoas estão desamparadas e algo tem que ser feito”. Na ocasião, se considerou esperançoso em relação ao trabalho do atual ministro da Saúde, Ricardo Barros, e defendeu o PL 3077/2015 da senadora Ana Amélia (PP/RS), que amplia a triagem neonatal, mais conhecida como teste do pezinho.

"Apesar de muitas doenças raras não terem cura, precisamos pensar na qualidade de vida desses pacientes. Que venham mais fóruns como esse, pois todas essas informações são importantíssimas para dar mais aconchego às famílias e aos portadores de doenças raras", destacou a deputada federal Mara Gabrilli (PSDB/SP). A parlamentar focou parte de sua explanação na área pediátrica, lembrando que não há uma política específica para o transplante de órgãos pediátricos e sugeriu, na oportunidade, a criação de uma audiência pública para abordar o tema.

O deputado federal Alan Rick (PRB/AC) destacou a relevância do PLC 56/2016, em tramitação no Senado Federal - que institui a Política Nacional para Doenças Raras, no Sistema Único de Saúde (SUS), com objetivo de proporcionar o acesso aos serviços e aos cuidados adequados aos pacientes diagnosticados com alguma forma de doença rara e, quando for o caso, o acesso aos tratamentos disponíveis no mercado, inclusive por meio de mecanismos diferenciados para o registro sanitário e a incorporação de medicamentos órfãos no SUS. “Julgo esse, como sendo de suma importância, porque cria uma rede de doenças raras. Ano passado gastamos mais de R$ 500 milhões com ações judiciais. Ou seja, esse PLC é de suma importância para avançarmos. Temos que fazer de tudo para mobilizar outros parlamentares a se juntarem a nós nessa luta”, argumentou.

Representando a Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Flávio Vormittag, doutor e Coordenador Geral de Sangue e Hemoderivados, fechou a mesa de abertura do Fórum. Na ocasião, ele também defendeu a importância da ampliação da triagem neonatal, ou teste do pezinho, tão importante no diagnóstico precoce das doenças raras. "Hoje, seis doenças são diagnosticadas com o teste do pezinho. O programa está em todos os estados brasileiros. O que procuramos quando incluímos novas doenças no hall de testes de triagem neonatal, é ter a garantia do diagnóstico confirmado, bem como o acesso ao atendimento e ao tratamento adequado dessas doenças", afirmou.

O IX Fórum Nacional de Políticas de Saúde seguiu com uma mesa técnica representativa, formada por: Eduardo David, coordenador substituto da Coordenação Geral de Atenção Especializada do Departamento de Atenção Especializada e Temática da Secretaria de Assistência a Saúde/SAS/MS; Ávila Teixeira Vidal, coordenadora de Avaliação de Monitoramento de Tecnologias do Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde; Carolina Fischinger, doutora e presidente da Sociedade Brasileira de Genética Médica (SBGM); Gisela Martina Bohns Meyer, doutora e coordenadora do Serviço de Hipertensão Pulmonar da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre; Antoine Daher, presidente da Casa Hunter e membro da Comissão da Câmara Técnica de Doenças Raras (CFM). A mesa foi moderada pela biomédica e especialista em Saúde Pública da Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal e Erros Inatos do Metabolismo, Eliane Pereira dos Santos.

Em sua palestra, Eduardo David apresentou um breve resumo dos avanços e desafios na implantação da Portaria GM/MS nº 199/2014. Na ocasião citou a definição de doenças, segundo a OMS, em que 65 pessoas, em cada 100 mil, são portadores de alguma doença rara, o que representa entre 6 e 8% da população brasileira, divididas entre 80% genéticas e 20% ambientais. Eduardo colocou como os maiores desafios no tratamento das doenças raras a falta de dados epidemiológicos, os tratamentos inespecíficos, a oferta de poucos médicos especializados e a judicialização dos medicamentos para essas doenças.

Ávila Teixeira Vidal focou a sua apresentação no uso de evidências para o estabelecimento de diretrizes clínicas para doenças raras. Na ocasião, Ávila destacou a Política Nacional de Atenção Integral às pessoas com Doenças Raras, afirmando que a iniciativa teve grande participação social e “clamou pelo cuidado e pelo olhar da população”. De acordo com a representante do Ministério da Saúde, dentre 8 mil doenças, 60 foram citadas e priorizadas. Destas 48 foram inseridas no eixo genético e 12 no eixo não genético. Os maiores desafios da política foram contemplar todos os eixos e grupos das políticas de doenças raras, ouvir a opinião dos especialistas e atender às expectativas das pessoas portadoras.

Carolina Fischinger enriqueceu o Fórum, chamando a atenção para a necessidade do Brasil investir em pesquisas e em pesquisadores para atuarem internamente, a fim de evitar a importação de pesquisas que poderiam se desenvolver no país. "Há uma evasão de bons pesquisadores brasileiros. Trago esse assunto para a reflexão de todos", destacou. Falou ainda da Portaria Nº 199/2014 do Ministério da Saúde - que institui a Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doenças Raras - e a importância de se trabalhar essa política, em conjunto com a indústria farmacêutica, de modo a possibilitar o trabalho com evidências científicas.

Gisela Martina ressaltou a urgência que os casos de doenças raras demandam, a exemplo da hipertensão arterial pulmonar (HAP). Após apresentar alguns vídeos com relatos de portadores da doenças raras, acerca dos problemas enfrentados, que praticamente impossibilitam uma vida normal, completou com informações acerca dos entraves apresentados pelo próprio sistema de atendimento desses pacientes. "As maiores dificuldades estão, sem dúvidas, nas burocracias. Muitas vezes precisamos de atalhos para fazer exames e tratamentos, porque a burocracia inviabiliza o trabalho com esses pacientes".

Antonie Daher discursou sobre o cenário da doença rara sob a ótica do paciente, enfatizando a importância da otimização do diagnóstico. “Se pudermos ofertar o diagnostico precoce será possível levar qualidade de vida aos pacientes. Terapias aprovadas e definidas podem mudar esse cenário”, disse Antonie. O especialista ressaltou ainda, a importância do país avançar em pesquisas clínicas, mesmo diante de tantos entraves. “Não são 13 milhões de pacientes, mas 50 milhões, pois toda a família fica doente junto. Temos que olhar as novas tecnologias e a saúde como investimento e avançar urgentemente”. Daher falou também sobre a banalização da judicialização e dos altos custos que o governo arca por não ter medicamentos essenciais regulamentados: “via SUS um medicamento custaria R$2.500 por paciente. Já, por meio da Justiça, ele sai por R$ 10mil e a culpa não é do paciente. Se existem drogas caríssimas, essa não é a discussão. O fato é que o governo tem que viabilizar. Temos que priorizar a saúde e a dignidade humana”.

A deputada federal Mariana Carvalho (PSDB/RO) também compareceu ao Fórum, durante as apresentações da mesa técnica. Na ocasião, parabenizou a iniciativa do Programa Ação Responsável em tratar do tema de tão grande relevância para o país. “Se as dificuldades encontradas são grandes para quem vive nas grandes cidades, imagine para as comunidades ribeirinhas”, questionou, colocando seu gabinete à disposição para atuar em prol dos avanços necessários.

As fotos do evento, bem como os slides apresentados na mesa técnica estão disponíveis na página do evento em www.acaoresponsavel.org.br.